Gols do Jogo
Belo Horizonte, MG, 11 (AFI) - A sina cruzeirense de não se dar bem contra times argentinos na Copa Libertadores mais uma vez falou mais alto na noite desta quarta-feira. Depois de ser eliminado pelo Boca Juniors em 2008 e perder a final para o Estudiantes no ano passado, o Cruzeiro estreou pela fase de grupos da competição continental com derrota para o Vélez Sarsfield, em Buenos Aires. Com dois jogadores a menos desde o primeiro tempo, o time mineiro caiu por 2 a 0.
O revés fará com que o Cruzeiro entre pressionado no próximo jogo pelo Grupo 7, precisando da vitória para buscar a melhor campanha na chave. No dia 24, o time recebe o Colo-Colo no Mineirão. A equipe chilena ainda não estreou, o que acontece na terça-feira da semana que vem, contra o Deportivo Italia, da Venezuela. Pelo Campeonato Mineiro, o Cruzeiro encara a Caldense no sábado, em Poços de Caldas.
Para sair do Estádio José Almafitani derrotado, foi determinante ao Cruzeiro as expulsões de Gilberto e Gil - a primeira ainda com dois minutos de jogo. Num começo de jogo violento, o time mineiro logo saiu em desvantagem e não teve forças para buscar o empate, esbarrando sempre na marcação argentina e no nervosismo apresentado desde o apito inicial.
Expulsões complicam Raposa
O confronto já começou quente na Argentina. Depois que Fábio defendeu com tranquilidade o primeiro chute do Vélez, Gilberto cometeu o mesmo erro da estreia na Libertadores. Assim como na partida contra o Real Potosí, na Bolívia, o meia foi expulso direto por fazer falta dura. Logo aos dois minutos, Gilberto acertou o zagueiro Sebá, ex-Corinthians, com a sola da chuteira.
Atordoado pela expulsão do meia, o Cruzeiro virou presa fácil para o Vélez. Sem perder tempo, o time argentino partiu para o ataque e não demorou a inaugurar o marcador. Em contra-ataque rápido, Cabrera cruzou da direita e o atacante uruguaio Santiago Silva testou firme, ainda aos cinco minutos. O autor do gol, assim como Sebá, também já atuou no Brasil pelo Corinthians, quando ficou conhecido pelo apelido de "El Tanque".
Com um jogador a menos e em desvantagem no placar, o Cruzeiro demorou a se encontrar em campo. Enquanto isso, o Vélez começou a colocar em prática um jogo de toque de bola e forte marcação, inclusive abusando da violência. No primeiro tempo, foram seis amarelos para o time da casa e várias confusões entre os jogadores por causa de lances mais ríspidos.
Distribuindo amarelos, o árbitro uruguaio Martín Emilio Vázquez poderia ter acabado com a vantagem numérica do Vélez aos 19, quando Sebá fez falta em Kléber parecida com a que resultou na expulsão de Gilberto. No entanto, o juiz mostrou apenas o amarelo. Para piorar a situação do Cruzeiro, o zagueiro Gil fez falta na entrada da área, aos 36, recebeu o segundo amarelo e também foi expulso.
Cruzeiro se segura como pode
Depois de ser pressionado durante quase todo o primeiro tempo, melhorando apenas nos minutos finais, o Cruzeiro seguiu apenas se defendendo na etapa final. O segundo gol do Vélez só não saía porque Fábio fazia boas defesas e o ataque argentino era pouco eficiente, criando muitas chances, mas concluindo pouco a gol.
Na tentativa de buscar um empate heroico, o técnico Adilson Batista queimou suas duas últimas substituições - no primeiro tempo já havia colocado Thiago Heleno no lugar de Diego Renan para compensar a expulsão de Gil. Thiago Ribeiro deu lugar a Pedro Ken e Kléber saiu para a entrada de Wellington Paulista. Mesmo assim, o Cruzeiro continuava sem criar nada no ataque.
O golpe de misericórdia do Vélez veio aos 32 minutos. Em jogada rápida, Moralez recebeu passe na área pela direita e cruzou rasteiro para Martínez, que tinha entrado há pouco. Sem marcação, ele só empurrou para as redes e marcou o segundo dos anfitriões. Na sequência, o próprio Martínez quase ampliou, para a alegria da torcida argentina, que cantou sem parar até o apito final.